Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
(reminiscências)
Grosso volume poderia ser escrito contando, como foi a construção da Matriz nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Neste relato, o que se pretende é levar aos interessados e ao público, o que foi a construção deste, que naquela época foi considerado um arrojado e atrevido projeto. A construção de uma igreja, num local, que era um bairro pobre.. Num terreno onde pastavam os animais. E também para cultuar a memória do que foi a luta, o sacrifício, o entusiasmo dessas pessoas. Resgatar um pouco da historia antes que se perca no tempo. O exemplo de coragem, de fé e determinação daqueles que acreditavam sim, que era possível, transformar um sonho em realidade. Deixar às gerações futuras, testemunhos de que milagres acontecem, desde que haja confiança em Deus. E que se coloque em prática o que se busca. Quando um projeto visa o bem da comunidade, sempre será um projeto abençoado. Não há o que temer.
Irati, sua fundação data de 1909. Passaram-se os anos. População aumentando. Povo na sua maioria católico, sentia a falta de educadores cristãos, a falta de uma igreja maior. A capela construída em 1904 ficara pequena.
Iluminada pelo ideal missionário de seu fundador, São Vicente de Paulo que dizia: "É preciso santificar nossas ocupações, procurando Deus nelas e fazê- las para encontrá-lo". A Congregação da Missão, (Vicentinos) dava inicio a construção de escola, igreja e hospital. Ginásio, Colégio nossa Senhora das Graças. O registro da atuação Vicentina em nossa cidade, hoje é comprovado pelas obras realizadas, e não somente materiais.
Religiosas, Professoras, Educadores de comprovado espírito cristão. Algumas fotos, em algum amarelado livro de atas talvez se encontre alguns relatos, mais precisos. O trabalho missionário dessa congregação aqui em Irati, certamente está nas mãos de Deus, para a eterna recompensa.
O que faz um sacerdote missionário Vicentino, que estudou, trabalhou em várias partes do mundo, vir parar aqui em Irati? Estávamos vivendo a década de cinqüenta. Chega em Irati Pe. Wenceslau. Paróquia São Miguel o acolhe. Toma conhecimento, de que no território paroquial existe um pequeno grupo de pessoas orientadas por um médico e um dentista, fazendo um trabalho gratuito de assistência aos menos favorecidos.
Havia ali uma pequena casa que fora cedida a APC (Associação dos Pais Cristãos). Clinico geral era o Dr. Ilmars Ruva e cirurgião dentista, Dr. Antonio Gomes da Luz. E um expressivo número de senhoras, que se exercitavam na prática da caridade.
E a partir daí, Pe. Wenceslau, que foi, viu, e só Deus sabe o que imaginou. percebeu que ali poderia exercer um duplo ministério, médico e missionário. O trabalho era de uma amplitude nunca vista. E isso aconteceu. Esse bairro era o Rio Bonito.
Como sacerdote missionário, não lhe passava despercebido que ali, onde muitas pessoas buscavam ajuda, socorro médico, curativos, não haveria condições para semear as sementes do Reino? Logo lhe foi cedido um espaço para ampliar o seu trabalho.
Em Fernandes Pinheiro, era anunciada a venda da velha capela, para dar espaço àquela que hoje é a Matriz. Feito o contato, realizou-se a compra. Em Água Clara estava sendo demolida uma velha escola. A prefeitura tez a doação de todo o material. Uma olaria nas proximidades de Pirai do Sul fez a doação de 1.500 tijolos
De uma demolição se sabe, nem tudo pode ser aproveitado, mas o que deu foi um espaço construído de 6X4 pouca coisa além disso. Alguns bancos e cadeiras, isso para idosos. Criançada em pé. E ali, naquele reduzido espaço, desconfortável, naquele aperto, rezava-se e celebrava-se. Causou muito espanto, quando o Pe. Wenceslau falou, que via a necessidade de uma Igreja maior no local. Sabendo quem falava isso, logo se ouviam os mais variados comentários. A desculpa: o bairro é pobre.
Por algum tempo, seus comentários, suas ideias, foram frases ditas sem muita pretensão, pois sabia a realidade com a qual lidava. Sempre o problema que se antepunha, era o financeiro. Mas isso não lhe tirava o ânimo, nem o sono. Não se falava nada em comissão para calcular a viabilidade do plano. Mas também, não se parava de pensar nele. Respeitava-se o parecer das pessoas. Muitas a favor, mas, muitas, contra.
Mesmo daqueles sem condições financeiras, sentia-se, que não lhes faltava o entusiasmo de participar como auxiliares na mão de obra como pedreiros. carpinteiros, serviços braçais.
E assim, por muito tempo esta ideia foi motivo de preocupações, de discussões nas reuniões, de análises, de muitos palpites, porém na prática, nada ficaria resolvido.
No entanto numa reunião, alguém diz já estar cansado de tanta indefinição. Falta de coragem, citou a falta de Fé também. Agradeceu a atenção de todos, e na presença do Pe. Wenceslau, colocou seu plano a apreciação. Que era, programar uma festa, e nesta festa uma rifa. E nesta rifa, um jeep 0K. Rifar um veículo, era uma prática totalmente desconhecida naquela época.
Como sempre se ouvia: isso é uma loucura: Mas também alguém que dizia: mas que ideia genial: Esta reunião terminou com o apito da olaria Santa Terezinha, saudando um novo ano que começava.
Por que um jeep? Possuir um veículo desses naquela época, era um cheque ao portador no bolso. Era o carro do momento, pelo menos, na nossa região. Havia fila de espera para a entrega. O lugar na fila, era moeda de troca. Descoberto o primeiro da fila, rezadas umas novenas, e a promessa de um lugar no céu, se conseguiu que cedesse a vez em favor da Igreja.
Era 16 de outubro de 1963, falecia quem dava todo incentivo e coragem para levar em frente tudo o que se estava imaginando, o padre Wenceslau. Muito sentida por toda a comunidade sua partida. A responsabilidade aumentara. O que importava no momento era dar continuidade ao projeto. Comunidade entristecida, mas não desiludida, pois já havia em muitas pessoas a certeza que, aquilo que se buscava realizar e a forma como as coisas se encaminhavam, por trás de tudo, estava a Mãe do Céu. E se acreditava que, estando ele no céu, resolveria muita coisa. Foi um enviado de Deus. Muito nossa comunidade tem a agradecer, Depois de uma vida dedicada de amor ao próximo, aqui descansou.
A festa foi realizada. O resultado não estava previsto. Faltaram bilhetes. Muitos vendendo os seus pelo dobro do preço. Com o expressivo resultado financeiro, criou-se coragem e ficava decidida a compra de um terreno. Consultas, contatos, são feitos, os quais serviram para a super valorização dos potreiros. Criou-se uma especulação imobiliária.
Após cansativas buscas, o que parecia ser o terreno viável, era onde hoje está a Igreja. Um terreno plano, extenso, cujos proprietários eram os sócios da olaria Sta Terezinha.
Realizada a compra, começam surgir vozes contrárias à construção naquele local. O argumento era, que fora esquecido, que era o barreiro do qual a olaria retirava o barro. A reação do povo não foi animadora. Do interior se ouvia algumas vozes contra. Criou-se um impasse. O que fazer? Tudo paralisado.
O fato muito comentado, a cidade toda tomou conhecimento. E isso chamou a atenção de um construtor, Senhor João Filipaki. Interessou-se e foi verificar Após algumas análises, observações, deu a sua opinião: "Podem construir o terreno é bom". E com a afirmação de que na fundação não era preciso usar ferro e que bem pouco cimento seria necessário, causou mais preocupação ainda. Este senhor não era engenheiro, era construtor, mas alguém que como poucos, conhecia a arte.
E deixou a proposta: se quiserem eu assumo a construção. E assim foi feito. Quanto ao uso do ferro, se alguém duvida, pode-se constatar o fato. Foi usado, cal virgem, que naquela época não era moído e assim como saia dos fornos, em pedra era embalado em cestos de taquara. A areia que foi usada a mesma que se usava no assentamento de paralelepípedos. Passados os anos, continua firme, nada rachou, nada trincou, continua linda.
Em catorze de dezembro de 1969, a benção da pedra fundamental. Em 12/12/1976. Inaugurada a Igreja nossa Senhora do Perpétuo Socorro 26/02/1978 sala o decreto Episcopal de N°72 criando a Paroquia nossa Senhora do Perpétuo Socorro, desmembrada da Paróquia São Miguel. Causou admiração e também preocupação, pois ainda estava em construção.
Uma paróquia sem a estrutura que deveria ter. Sem uma casa e escritório paroquial. Discutir com o bispo não dava Improvisaram-se então muitas coisas Chegam os padres, Pároco, Pe. Agostinho. Vigário, Pe. Pedro. O único local para abrigá-los era na parte de cima da igreja, a qual já contava com alguns moradores. Como igreja não podia simplesmente despejá-los. Os padres viram o local e aprovaram, desde que os inquilinos deixassem o local. Depois de muito trabalho, as corujas deixaram o local.
Tiveram inicio os trabalhos pastorais, mesmo em condições improvisadas Precisava-se construir a casa paroquial. Um escritório paroquial, era uma necessidade Fomos convidados para uma reunião para tratar do assunto. Como os padres eram muito admirados e queridos pelo povo pensava-se em envolvê-los no problema. Afinal a casa era para eles. Era um negócio que envolvia milhares de cruzeiros.
Quando todos falaram e aprovavam a ideia, os padres deram a resposta. Disse Pe. Agostinho: Eu e o Pedro entendemos a preocupação, mas tirem isso da cabeça. isso não vai acontecer nunca Nossa responsabilidade aqui, não e resolver problemas financeiros, materiais. Não fomos ordenados para isso. Nossa missão é a evangelização. E assim se comportaram, em todo o tempo em que aqui trabalharam.
Para a inauguração da Igreja, uma grande festa estava marcada. O resultado financeiro seria solução para a construção da casa paroquial. Com uma ansiedade diferente de outras festas. Com muito esmero foi tudo preparado
Nesse momento, estávamos vivendo dentro de um regime ditatorial. Uma junta militar governava o pais. Não haviam eleições. Os dirigentes, como governadores, eram escolhidos por uma junta militar.
E por um golpe de sorte talvez, ou circunstâncias, um deputado Iratiense, no momento, presidente da Assembleia Legislativa do estado, passava a ocupar interinamente a cadeira de governador, que era Aroldo L. Peres, o qual teve seus direitos políticos cassados. Passados uns tempos é feita a escolha, e o nome do Iratiense, Dr. Emilio H. Gomes, que era deputado federal é escolhido e nomeado governador do Estado.
Por uns tempos Irati foi conhecida, como terra dos Governadores. Já houve um tempo em que os iratienses levavam a sério as escolhas políticas. Elegiam seus representantes políticos. Lembramos de Nicanor de Vasconcelos, Antonio Lopes Junior, João Mansur e Dr. Felipe Lucas.
João Mansur, Filho de irati, sabendo o que aqui se inaugurava, fez questão de comparecer. Para surpresa de todos, aparece no pátio da Igreja, o Sr. Governador do Estado do Paraná, em pessoa. Como naquele grupo de pessoas havia muitos simpatizantes políticos, logo se confraternizaram.
E o ilustre visitante, vendo aquelas obras em andamento oferece seus préstimos, O orçamento da casa já fora feito. Diante da oferta é timidamente exposto o valor do projeto. Disse o governador. vou falar com o Celso Saboia, que era gerente do Banco Comercial do Paraná. Ele vai arrumar o dinheiro, com um juro de compadres. E assim aconteceu. Em pouco tempo toda a estrutura, casa, moveis, secretaria, escritório paroquial, estava tudo pronto. Com o resultado de quatro festas, pagou-se o empréstimo. Mais uma vez a constatação daquilo em que tínhamos a certeza, No momento que era necessária uma ajuda, aparece alguém oferecendo.
A Eucaristia constrói a Igreja
A situação religiosa do povo do interior era retratada pelo estado em que se encontravam as capelas. Eram construções de madeira. Algumas muito antigas, precisando de reformas. As obras da Matriz praticamente prontas, começou-se a olhar para elas, pois fazem parte do território paroquial. A preocupação com a segurança que devia haver, era porque se planejava a permanência do Santíssimo Sacramento nas comunidades do interior.
Logo começavam as orientações para homens que seriam Ministros Extraordinários da Eucaristia, assim chamados naquela época. Somente homens podiam ser ministros. Daquele pequeno grupo, ainda se encontram uns remanescentes por al.
O pároco convidou todos os presidentes das comissões das capelas para tratar do assunto. Os ministros visitariam as capelas que quisessem. Algumas no momento não aceitaram. Falava-se numa pequena contribuição para o combustível. Mas foi uma questão de tempo. Logo, todas tinham a presença da Eucaristia em suas celebrações. Improvisou-se um pequeno manual. Celebrava-se o culto. A sobra eucarística, trazíamos de volta.
Como a Eucaristia estava começando a permanecer na comunidade e é a Eucaristia que constrói a Igreja, assim começava a vida Eucarística no interior E junto também, algumas dificuldades. Uma delas acontecia na comunidade Santo Antonio, na Cachoeira, bem próxima de uma escola e uma Igreja Ucraniana.
Como ali se celebravam missas no rito ucraniano, o povo ia para lá. Quando criada a Paróquia nossa Senhora do Perpétuo Socorro, começava a se conscientizar as pessoas para a participação na sua capela.
O rito ucraniano, ou o padre não se soube, não aceitavam que a Eucaristia, passasse pelas mãos de leigos Era uma orientação nova do Concilio Vaticano ainda desconhecida para muitos. E isso afastava o povo da capela Santo Antonio. Deu muito trabalho para o padre Evaldo Fidelis, vigário da Matriz fazer o povo voltar para a sua capela.
Outro problema sério que se enfrentava era a estrada. Grande parte das capelas ficam tora da estrada principal. Padre Pedro tinha um carro modelo Caravam - Carro grande, chegando em uma capela encontrou um lamaçal, como era um compromisso, resolveu passar. Atolou. Ficou preso dentro do carro. Não conseguia abrir a porta. Desencalhou-se o carro, com a ajuda de quatro possantes pangarés.
A frase citada, onde o Senhor João Filipaki dizia que o terreno é bom, tornava- se algo profético. O seminário Mãe de Deus começava a acolher candidatos, ao sacerdócio
Nomes como: Élcio Gutervil, Antonio Ivan Campos, Moacir Gomes, Leonel Stanski, Mario Dwulatka, Mario Spak, Ezequio! Hul, Atanagilde.
Terminada as obras da Igreja, da casa paroquial, começava-se a pensar na necessidade de um salão Paroquial. Espaço para todas as atividades que fazem parte das atividades de uma Matriz.
De posse do orçamento, aos poucos adquirido o material necessário, iniciou- se a construção. Quando terminada a fundação, da ferragem orçada para toda a obra, quase nada sobrou.
Como se sabe, ali è banhado. Em alguns lugares, oito metros foram cavados para encontrar terra firme. O número de perfurações teve que ser aumentado. Resultado, parar a construção, por falta de recursos. O construtor da Matriz no momento não podia assumir a construção. Foi contratado outro. Engenheiro recém formado, não conhecia a técnica rudimentar, de um experimentado construtor.
Padre Abraão naquela época dirigia o seminário Mãe de Deus, lembrou aos preocupados paroquianos da Cáritas Alema. Uma organização beneficente que presta ajuda as obras de caridade no mundo inteiro. Entrou em contato com a organização. Foi pedido uma copia do projeto, aprovação do bispo e fotos, para atestar a veracidade da obra. Alguns dias passados um banco alemão em São Paulo comunica o Padre Abraão, que estão a disposição da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro da cidade de Irati, 10.000 marcos alemães, mandados pelos católicos da Alemanha. E que esse dinheiro só poderia ser movimentado por Ele, Padre Abraão Becker. Enquanto o padre Abraão resolvia quando poderia ir a São Paulo, o governo brasileiro dá uma desvalorização de 10% no dinheiro brasileiro. Os marcos alemães foram super valorizados, maior o poder de compra. Resolvida a situação. As obras continuaram.
Construção iniciada em dezembro de 1969, no inicio do novo milênio no silêncio da igreja, algumas pessoas diziam terem ouvido estalos no teto. Sobe lá um técnico e nada encontra de alarmante. Os estalos continuam, afirmavam outros. Como segurança são colocadas barras de ferro de uma parede na outra. Também não eliminam o problema. Era o assunto que tomava o maior tempo das reuniões do Conselho da Matriz porque: "não haviam recursos financeiros para uma reforma". Chegou-se a esta conclusão. Quem olhava o teto por fora, nada via de anormal e então, não se dava ao problema, a solução que exigia.
Porém, num fim de tarde, prepara-se o tempo para chuva. Esta chuva pelo estrago que causou, pode-se afirmar que foi algo mandado. Nada de superstições. O vento que a precedeu recebeu uma orientação. Sua missão naquela tarde, era destruir o telhado da Matriz de nossa Senhora do Perpétuo Socorro. E dos demais telhados vizinhos, não derrubar uma telha.
E assim aconteceu. O forte vento, levantou o telhado da parte da frente e o derrubou na parte de trás. Destruiu totalmente o teto. Quem via o estrago dizia "Bem, agora temos que reformar o teto".
Quando visto de perto o estrago, todos afirmavam, isso iria desabar, Ninguém poderia culpar os pássaros pelo prejuízo, mas foram eles os culpados.
Todas as tesouras, que eram de madeira, peças que sustentam as telhas, nas junções, encaixes haviam ninhos, abandonados, podres e úmidos. Nesses pontos o que estava podre não aparecia, pois os ninhos tudo encobriam. Não foi pensado nisso. As telhas onduladas permitiam a entrada dos pássaros.
Estavam bem adiantados os preparativos para a última festa do ano que era celebrada em dezembro. Os convites pelas lojas, no comércio, já estavam sendo distribuídos. No entanto, surpreendeu a todos o convite que fazia uma tradicional agremiação esportiva, anunciando um torneio regional de futebol, na mesma data. Seria um dia festivo com muitas atrações. Se foi buscar uma solução, mas não foi bem sucedida. O torneio não seria mudado, deram os motivos, assim como na Matriz, também eles se preparavam.
Preparou-se tudo como era costume. A maior preocupação era com a carne.
Quanto preparar? A carne não seria preparada como em outras festas. Alguns mercados cederam espaço em seus congeladores, de modo que se houvesse necessidade, preparava-se na hora. Aqueles que diziam conhecer o tempo, pelo entardecer diziam não haver sinais de chuva para o domingo. Porém, aqueles, que preocupados com o problema, não puderam dormir contaram, que ouviram ao longe, sinais de mudanças. Certamente a chuva viria.
Amanhece o dia, uma chuva torrencial começa a cair. Até aquele momento era sinal de preocupação. No entanto, logo, logo deixou de ser. O torneio foi transferido. Aquele povo sabendo da festa, e como ali não havia condições. pois tudo era a descoberto, logo foi se chegando da festa da Igreja Resultado: nada sobrou.
Estava sendo demolido o teto, quando chega um carro com quatro pessoas Nada perguntam, apenas começaram a fotografar o estrago. Pensou-se serem jornalistas querendo reportar o sinistro. Assim como chegaram, assim saíram. Passados alguns dias, o Banco Bradesco comunica ao Pároco, que o seguro da cobertura da igreja estava a disposição. Ninguém sabia, que alguém pagava o seguro. Bem, agora já existia algum recurso para começar a reforma do teto da Igreja.
Um jantar, com direito a cartela de um bingo, deu bom resultado. O Livro de ouro começou a percorrer a cidade, que ficara entristecida com o acontecido. A colaboração mais uma vez, foi generosa.
Além da reforma total do teto, mais algumas outras foram feitas. Reforma e re-aparelhamento geral da cozinha, local para a capela ao Santissimo, substituição de toda a fiação elétrica, iluminação, pia batismal, presbitério e pintura geral.
Parecia que a obra estava concluída. Mas, alguns padres que aqui chegavam, diziam estar tudo muito bem feito. Igreja bonita. Porém não deixavam de comentar, alguma coisa esta faltando. Esta Igreja não tem torre, diziam. Com a chegada do Pe. Nelson Bueno, o problema foi solucionado, a igreja tem torre Melhor, tem torres.
E assim, aquele bairro pobre, num potreiro, lugar onde pastavam mansos animais, hoje é o endereço onde a comunidade Iratiense, notadamente as familias, se encontram com Deus, e com a Mãe, nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
O terreno do barreiro, tornou-se um lugar, em que pacificamente vivem e criam seus filhotes, os gansos, marrecos, e os encrenqueiros e barulhentos, quero-quero. Lugar, onde em momentos de calma, a água do lago reflete a imagem das torres do templo, onde os fieis veneram a Mãe do Perpétuo Socorro. Lugar que pode-se chamar, o cartão postal da cidade de Irati!
Nossa gratidão, aos padres que aqui trabalharam. Fomos abençoados por eles. Pe Agostinho Rutkoski, primeiro Pároco. Pe.Pedro, Vigário paroquial, logo assume como pároco. Pe Evaldo Fidelix., Pe, Abrão Becker, Pe. Moacir Gomes, Pe. Silvio Mocelin, Pe. Marcelo Melo, Pe. Luis Mirkoski, Pe. Leonel, Pe.Nelson Bueno.. Saudosos Pe. Amadeu, Pe.Alceu, Pe. Noé e Pe. Casemiro. Involuntariamente comete-se injustiça não citando nomes das pessoas que se dedicaram na realização de um determinado projeto, como no nosso caso, na construção de uma igreja. É humanamente impossível, pois são muitissimos. Consultamos muitas pessoas. Ninguém esqueceu de Estanislau Filus, Irmā Helena e Estefano Lepzak.
Impossível omitir o nome dessa personalidade carismática, religiosa, incansável, Irma Helena. Tudo o que semeou, deu frutos. Aos jovens párocos. com a experiência adquirida se pode afirmar, para a coordenação pastoral de suas paróquias, busquem uma religiosa (irmā). Existem muitas vantagens. Entre outras, não precisam de ordem para trabalhar.
Comunidade hoje dirigida pelos padres, José Nilson e José Lauro.
Diácono Eduardo